1.8.12

11ª edição Bienal Naïfs do Brasil

Criada em 1992, por iniciativa do SESC São Paulo, a Bienal Naïfs do Brasil chega a 11ª edição com a proposta de aproximar o mundo popular, colorido e criativo da arte ingênua à linguagem contemporânea. O evento ocorrerá na unidade SESC Piracicaba entre os dias 08 de agosto e 09 de dezembro.

A mostra é uma das principais referências do gênero artístico e promove a integração entre artistas, pesquisadores, colecionadores e galeristas – além de educadores e estudantes, com a finalidade de ampliar conhecimentos e garantir o debate acerca da produção visual no país. Esta edição, assim como as anteriores, contará com programação voltada para arte-educação, com ateliês abertos, oficinas, cursos, palestras, visitas orientadas e apresentações.

Foram selecionados 55 artistas e 70 obras, que representam as mais diferentes regiões do país e traçam um panorama da diversidade de temáticas e formas da realização naïf brasileira. É possível identificar novos contornos, como, por exemplo, a presença cada vez maior de abordagens que referenciam o urbano.

O material selecionado contempla realizações que variam da confecção naïf tradicional até a reutilização de materiais, um realinhamento do propósito primitivo-moderno que marca a arte ingênua.

A curadoria é assinada pela crítica de arte Kiki Mazzucchelli, que nesta edição, optou por não montar uma sala especial como nas mostras anteriores, e sim, mesclar obras selecionadas pelo júri, com as de outros 10 artistas convidados. Com este movimento inédito, a curadoria pretende evidenciar relações, permutações e diálogos insuspeitos entre as produções naïf e contemporânea por meio de sua aproximação física no espaço expositivo, bem como quebrar noções aceitas de categoria e hierarquia. “Por um lado, a proximidade entre naïfs e contemporâneos permitirá que se deem uma série de fricções no espaço expositivo a partir de seus próprios conteúdos estéticos e, por outro, provocará um questionamento sobre os próprios limites impostos às diferentes produções artísticas, os discursos que produzem, os circuitos nos quais transitam e o valor que lhes é atribuído”, complementa a curadora Kiki Mazzucchelli.

O júri, formado pelo crítico e consultor de artes visuais Paulo Klein; pela especialista em arte popular e galerista Edna Matosinho de Pontes; pela coordenadora de artes visuais do SESC Juliana Braga e pela crítica e historiadora de arte portuguesa Marta Mestre, escolheu dois Prêmios Destaque-Aquisição e cinco Prêmios Incentivo não Aquisitivos, além de oito Menções Especiais.

O formato atual da Bienal Naïfs tem origem nas mostras anuais realizadas pelo SESC Piracicaba entre os anos 1986 e 1991, e hoje contribui decisivamente com a preservação e mapeamento desse movimento profundamente arraigado na identidade cultural brasileira.

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